quarta-feira, 28 de maio de 2008

Vigiando as palavras que Rotulam

É incrível o "poder"(inconsciente) das palavras proferidas e pensadas em nossa Mente e, em nossos empreendimentos, desde o que tange aos afetos quanto às nossas realizações materiais.
A linguagem verbal, mental, enfim, as palavras, criam representações visuais, auditivas e cinestésicas em nossa psique conforme a interpretação dada a elas; consequentes de nossas prévias experiências de vida e de nossa forma emocional de interpretá-las.
Uma mesma palavra pode gerar as mais diversas interpretações e emoções, conforme nosso aprendizado emocional ao longo de nossa existência. É como se, a palavra, remetesse nosso inconsciente às mais profundas experiências e emoções, principalmente retidas na infância.
Segundo o Neurolinguista Pierre Longin: " Uma palavra-rótulo é a etiqueta que colocamos nas nossas experiências, no nosso modelo de mundo."
O que poucos param para refletir, interiorizar-se é sobre o maravilhoso Poder que temos de reformular nossas interpretações, ou seja, mudar os rótulos.
Por exemplo: Posso afirmar que alguém me incomoda e, à partir de então, sentir-me incomodada com essa pessoa. Que tal e, como, substituir tal pensamento por: sinto-me incomodada com tal pessoa , interrogar-me profundamente sobre como remeto-me a tal sentimento e, à partir daí, assumir que EU ME SINTO INCOMODADA com tal pessoa. Á partir de então, tenho a autonomia de optar por esse sentimento ou, essa covivência.
Retirando as culpas do outro, assumindo nossa cota de responsabilidade no sentir e, reformulando sem nos criticar nem nos Culpar rigorosamente, podemos nos livrar de tal sentimento.
Se sentir livre é muito mais saudável do que querer a liberdade. Uma vez que a liberdade de sentir, é uma dádiva que possuímos.
" A evolução independe de nossa vontade, o Progresso Sim." ( Jacob Melo)

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Certezas

http://www.youtube.com/watch?v=F3prZ7CJfA4

segunda-feira, 28 de abril de 2008

" A Árvore da Serra" Augusto dos Anjos (1884- 1914)

-As árvores, meu filho, não têm alma!
Esta árvore me serve de empecilhoÉ
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!
_ Meu pai! porque sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?
Deus pôs alma nos cedros...nos junquilhos...
Esta árvore "... meu pai, possui alma!...
- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:
" Não mate a árvore, pai, para que eu viva!

E quando a àrvore, olhando a pátria serra,
Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!"

Vozes da África (Castro Alves)

"Vozes d'Àfrica
Deus! ò Deus! onde estàs que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos cèus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estàs, Senhor Deus?...

Qual Prometeu tu me amarraste um dia
Do deserto na rubra penedia
— Infinito: galé! ...
Por abutre — me deste o sol candente,
E a terra de Suez — foi a corrente
Que me ligaste ao pé...

O cavalo estafado do Beduíno
Sob a vergasta tomba ressupino
E morre no areal.
Minha garupa sangra, a dor poreja,
Quando o chicote do simoun dardeja
O teu braço eternal.

Minhas irmãs são belas, são ditosas...
Dorme a Ásia nas sombras voluptuosas
Dos harèns do Sultão.
Ou no dorso dos brancos elefantes
Embala-se coberta de brilhantes
Nas plagas do Hindustão.

Por tenda tem os cimos do Himalaia...
Ganges amoroso beija a praia
Coberta de corais ...
A brisa de Misora o céu inflama;
E ela dorme nos templos do Deus Brama,
— Pagodes colossais...

A Europa é sempre Europa, a gloriosa! ...
A mulher deslumbrante e caprichosa,
Rainha e cortesã.
Artista — corta o mármor de Carrara;
Poetisa — tange os hinos de Ferrara,
No glorioso afã! ...

Sempre a làurea lhe cabe no litígio...
Ora uma c'roa, ora o barrete frígio
Enflora-lhe a cerviz.
Universo após ela — doudo amante
Segue cativo o passo delirante
Da grande meretriz.

....................................

Mas eu, Senhor!... Eu triste abandonada
Em meio das areias esgarrada,
Perdida marcho em vão!
Se choro... bebe o pranto a areia ardente;
talvez... p'ra que meu pranto, ó Deus clemente!
Não descubras no chão...

E nem tenho uma sombra de floresta...
Para cobrir-me nem um templo resta
No solo abrasador...
Quando subo ás Pirâmides do Egito
Embalde aos quatro céus chorando grito:
'Abriga-me, Senhor!...'

Como o profeta em cinza a fronte envolve,
Velo a cabeça no areal que volve
O siroco feroz...
Quando eu passo no Saara amortalhada...
Ai! dizem: 'Lá vai África embuçada
No seu branco albornoz. . . '

Nem vêem que o deserto é meu sudário,
Que o silêncio campeia solitàrio
Por sobre o peito meu.
Lá no solo onde o cardo apenas medra
Boceja a Esfinge colossal de pedra
Fitando o morno cèu.

De Tebas nas colunas derrocadas
As cegonhas espiam debruçadas
O horizonte sem fim ...
Onde branqueia a caravana errante,
E o camelo monòtono, arquejante
Que desce de Efraim

.......................................

Não basta inda de dor, ó Deus terrível?!
É, pois, teu peito eterno, inexaurìvel
De vingança e rancor?...
E que é que fiz, Senhor? que torvo crime
Eu cometi jamais que assim me oprime
Teu glàdio vingador?!
........................................

Foi depois do dilúvio... um viadante,
Negro, sombrio, pálido, arquejante,
Descia do Arará...
E eu disse ao peregrino fulminado:
'Cão! ... serás meu esposo bem-amado...
— Serei tua Eloá. . . '

Desde este dia o vento da desgraça
Por meus cabelos ululando passa
O anátema cruel.
As tribos erram do areal nas vagas,
E o Nômada faminto corta as plagas
No rápido corcel.

Vi a ciência desertar do Egito...
Vi meu povo seguir — Judeu maldito —
Trilho de perdição.
Depois vi minha prole desgraçada
Pelas garras d'Europa — arrebatada —
Amestrado falcão! ...

Cristo! embalde morreste sobre um monte
Teu sangue não lavou de minha fronte
A mancha original.
Ainda hoje são, por fado adverso,
Meus filhos — alimária do universo,
Eu — pasto universal...

Hoje em meu sangue a América se nutre
Condor que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão,
Ela juntou-se ás mais... irmã traidora
Qual de Josè os vis irmãos outrora
Venderam seu irmão.


Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p'ra os crimes meus!
Há dois mil anos eu soluço um grito...
escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus!!..."

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Filtro Solar

Estresse Emocional: Quando é benéfico? Quando é ruim? De que modo os odores, os hormônios ajudam ou atrapalham?






A exposição a situações de estresse altera o estado do organismo, devendo prepará-lo para analisar a situação e executar reações comportamentais adequadas. Entretanto, a resposta ao estresse é adequada para momentos de curta duração, o chamado estresse agudo. Quando, tal estresse torna-se crônico, esses mecanismos fisiológicos intensamente ou, repetidamente ativados podem levar a alterações orgânicas funcionais.

Tais efeitos estão bem documentados. Dependendo da intensidade e da duração do estresse, diferentes efeitos podem ser observados em relação à memória e à nocicepção, (percepção de estímulos desagradáveis como dor, medo etc). Neste último caso, enquanto o estresse agudo induz analgesia, a exposição ao estresse crônico diminui o limiar (aumenta a sensibilidade) para a percepção de estímulos dolorosos. Nesse caso, diferenças foram observadas também dependendo do gênero (sexo: macho-fêmea, mulher-homem). Outro efeito do stress crônico refere-se a alterações do comportamento alimentar, com alteração no consumo de alimento doce. "Mulheres, principalmente, "tomam um porre de bombom quando deprimidas não é mesmo?"

Diferentes efeitos do estresse crônico apresentam-se de modos distintos quando são estudados animais machos e fêmeas. Por exemplo, ratos cronicamente estressados apresentam diferentes efeitos gênero-dependentes na memória de reconhecimento de objetos e memória espacial. Enquanto ratos machos, cronicamente estressados, apresentam dificuldade nesses testes (em relação aos controles), as fêmeas apresentam diminuição em seu desempenho nos testes de memória espacial e nenhuma alteração de desempenho no teste de reconhecimento de objetos (em relação aos controles).

Ratos machos e fêmeas cronicamente estressados também apresentam diferentes efeitos quando são avaliados os níveis de aminas biogênicas ( neurotransmissores como serotonina, dopamina, por exemplo) em estruturas cerebrais. Por exemplo, os níveis de serotonina e metabólitos de dopamina, na região CA1(uma região cerebral), é superior nas fêmeas.

Quando se considera a resposta a sabores agradáveis, trabalhos anteriores de nosso laboratório (tempo em que eu estava na UFRGS) têm mostrado diferenças entre machos e fêmeas no que concerne ao efeito do estresse crônico sobre a ingestão de alimento doce. Além disso, esses efeitos sobre o consumo de doce são variáveis segundo o tipo de estresse crônico utilizado.

Estudos têm relatado alterações na nocicepção em função da exposição a odores agradáveis ou desagradáveis, (pensem em cheirinhos gostosos como o de um perfume agradável ou de carniça arggggggggg!!, respectivamente). Estes efeitos são gênero-dependentes. Trabalhos prévios realizados em nosso laboratório têm apontado para diferenças nessa resposta (nocicepção após exposição a odores) quando são considerados animais machos cronicamente estressados ou controles.

O estado de ansiedade é outra característica que pode variar em função dos níveis de hormônios gonadais. Em ratas fêmeas, a ansiedade varia conforme o ciclo estral (ciclo menstrual da rata). Enquanto que os níveis de ansiedade diminuem durante as fases pró-estral e di-estral, a administração de estradiol anula essa diferença. "É Mulherada, ratas também, como nós, tem TPM! Tadinhas né!

O modelo experimental utilizado para detectar o nível de ansiedade nas ratas fêmeas foi a verificação do tempo despendido para explorar o braço aberto do plus- maze (tipo um labirinto radial com dois braços fechados e dois abertos), o qual é inversamente proporcional ao nível de ansiedade. Estudos demonstram que ratas fêmeas ooforectomizadas ( cirurgia onde os ovários foram retirados), quando recebem tratamento com estradiol, apresentam aumento nos níveis de temor e ansiedade tanto em situações realmente muito assustadoras quanto em situações mais amenas.

Considerando o exposto acima, observa-se que os comportamentos relacionados a estímulos agradáveis parecem ser diferentes em ratos estressados em relação aos ratos controle. Além disso, o efeito pode depender do modelo de estresse crônico utilizado. Nossa hipótese é que os animais cronicamente estressados avaliem de modo diferente estímulos agradáveis e, talvez, tal mudança na avaliação também ocorra com estímulos desagradáveis. Ainda, esses efeitos podem depender do gênero e do tipo de estresse crônico ao qual o animal é submetido.

Referências Bibliográficas:

1.Bodnoff et al 1995, Luine et al 1993, Nishimura et al 1999, Conrad et al 1996, McLay et al 1998;
2.
Amir & Amit, 1978, Lewis et al., 1980, Lewis et al., 1980, Watkins et al., 1982, Bodnar, 1986, Vidal & Jacob, 1982, Satoh et al.,1992, Gamaro et al, 1998, Torres et al., 2001;
3.
Amit & Amit, 1978, Lewis et al., 1980, Watkins et al., 1982, Bodnar, 1986, Vidal & Jacob, 1982, Satoh et al.,1992, Gamaro et al, 1998, Torres et al., 2001;
4.
Amit & Amit, 1978, Lewis et al., 1980, Watkins et al., 1982, Bodnar, 1986;
5.
Satoh et al.,1992, Gamaro et al, 1998, Torres et al, 2001;
6.
Gamaro et al, 1998;
7.
Ely et al., 1997;
8.
Luine, 2002;
9.
Beck, 2002;
10.
Ely et al., 1997;
11.
Marchand e Arsenauldt, 2002;
12. Fontanella, 2002, comunicação pessoal;
13.
Marcondes, 2001



quarta-feira, 2 de abril de 2008

"É melhor tentar e falhar que ocupar-se em ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que nada fazer. Eu prefiro caminhar na chuva a, em dias tristes, me esconder em casa. Prefiro ser feliz, embora louco, a viver em conformidade. Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização. Mesmo se eu soubesse que amanhã o mundo se partiria em pedaços, eu ainda plantaria a minha macieira. O ódio paralisa a vida; o amor a desata. O ódio confunde a vida; o amor a harmoniza. O ódio escurece a vida; o amor a ilumina. O amor é a única força capaz de transformar um inimigo num amigo..."
Martin Luther King Jr.

terça-feira, 18 de março de 2008

A Páscoa Que Eu Queria...

A Páscoa que eu queria, para mim e para você


Neste mundo de desigualdades,

Eu queria uma Páscoa de Unidade.

Em vez da vivência do ódio,

Eu queria a fraternidade.

Neste mundo de guerras,

Eu queria uma Páscoa de Amor.

Em meio aos sofrimentos,

Um alívio para a dor.

Neste mundo de crianças abandonadas,

Eu queria uma Páscoa de Acolhida.

Em meio a tanta morte,

Um pouco mais de vida.

Neste mundo de jovens drogados,

Eu queria uma Páscoa de Afeto.

Que a vivência do amor em família,

Se tornasse um gesto concreto.

Neste mundo de anciãos esquecidos,

Eu queria uma Páscoa de Esperança.

Em que todos os anos vividos,

Não se transformassem em triste lembrança.

Neste mundo de marginalizados,

Eu queria uma Páscoa de Justiça.

Onde imperasse a lei da caridade,

E jamais a da cobiça.

Neste mundo de violência.

Eu queria uma Páscoa de Perdão.

Onde todos pudessem se entreolhar.

Motivados pelo coração.

Neste mundo de camadas sociais,

Eu queria uma Páscoa de Igualdade,

Onde todos se empenhassem em praticar,

A paz, o amor, a verdade.

Neste mundo de “páscoa-chocolate”,

Eu queria uma Páscoa Diferente,

Onde o mestre Jesus Cristo,

Fosse reconhecido verdadeiramente.

Neste mundo de individualismo,

Eu queria uma Páscoa de União,

Onde todas as mãos estendidas,

Pudessem dizer: você é meu irmão!

Esta é a Páscoa que eu queria,

Para mim e para você:

Uma Páscoa cheia de Vida e Luz,

Que o próprio Cristo quis trazer.

Feliz e abençoada Páscoa,

Para nós!