segunda-feira, 28 de abril de 2008

" A Árvore da Serra" Augusto dos Anjos (1884- 1914)

-As árvores, meu filho, não têm alma!
Esta árvore me serve de empecilhoÉ
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!
_ Meu pai! porque sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?
Deus pôs alma nos cedros...nos junquilhos...
Esta árvore "... meu pai, possui alma!...
- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:
" Não mate a árvore, pai, para que eu viva!

E quando a àrvore, olhando a pátria serra,
Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!"

Um comentário:

André Lima disse...

Uaaaaaau! Não conhecia estes versos. Gostei muito, e olha que nem sou fã do dos Anjos.

Paulinha querida, recebo teus e-mails, mensagens e me lembro sempre de ti. Você está presente aqui nas ruas loucas deste outono em PoA. Onde nós, danados cães vadios, às vezes corremos atrás de algo, às vezes lambemos nossas feridas pelos cantos.
Sei bem que estou em débito de atenção contigo. Mas é só de atenção explícita, "en mi corazónzito no puedes tu ser olvidada!"

Besos!